Festival Música na Ibiapaba homenageia grandes mestres da música brasileira



O Festival Música na Ibiapaba, que acontece de 23 a 30 de julho em Viçosa do Ceará, homenageia oito importantes nomes da música brasileira - cearenses e de outras partes do Brasil, alguns vivos e outros em memória. São eles: Carlinhos Ferreira, Radegundis Feitosa, Ramos Cotoco, Assis Valente, Evaldo Gouveia,  Mário Lago, João Gilberto e Roberto Carlos. O Festival tem o apoio do Governo do Estado, por meio Secretaria da Cultura.




O maestro Carlinhos Ferreira foi um dos primeiros professores do Festival Música na Ibiapaba e não poupou esforços para ensinar tantos jovens cearenses no maior festival de formação em música do Nordeste. Carlinhos Ferreira foi um dos instrumentistas de maior destaque no cenário artístico cearense. Clarinetista, saxofonista, arranjador, compositor, professor e produtor musical. Consolidou seu nome no universo da música primando pela escolha de um repertório que contemplava grandes autores da música instrumental brasileira. Um ouvido excepcional, a menor desafinação não passava despercebida. Um grande improvisador, sua frases eram naturais e inspiradas. Além de constantes participações em shows e gravações de músicos cearenses, Carlinhos Ferreira apresentou seu trabalho em várias cidades do Brasil e do exterior.

Radegundis Feitosa, natural de Itaporanga (PB), faleceu vítima de um acidente em 2010 na vésperas se apresentar mais uma vez o Festival Música da Ibiapaba, em Viçosa do Ceará. Radegundis tinha 44 anos e possuía os títulos de Doutor em Trombone Performance pela The Catholic University of America, de Washington D.C. (1991) e Mestre pela The Juilliard School de New York (1987). O primeiro trombonista brasileiro a obter estes títulos. Foi vencedor de concursos nacionais importantes como o “Sulamerica-Jovens Concertistas Brasileiros” e “Jovens Intérpretes da Música Brasileira” – Funarte, e internacionais como o Est & West Artists para debut no Carnegie Recital Hall, em New York. Radegundis Feitosa foi o tema do documentário. O filme, produzido pela TV-UFPB com o apoio do Núcleo de Produção Digital da Paraíba (NPD-PB), conta com o depoimento de importantes músicos do cenário local, além de com um rico material de arquivo que mostra mais de 20 anos da carreira do trombonista. Radegundis influenciou músicos cearenses e participou do Festival Música na Ibiapaba em 2009. “A participação dele no festival foi muito destacada, com um grande incentivo aos alunos", recorda o flautista cearense Heriberto Porto. “Além da parte técnica, que era simplesmente impressionante, ele deu depoimentos de entusiasmo sobre a garra necessária para o músico. Foi uma participação muito rica”, complementa Porto.

Outro homenageado é Ramos Cotoco. Pintor, poeta e músico, Raimundo Ramos Filho (1871 / 1916) viveu, com intensidade, a boemia de uma Fortaleza que buscava ares de capital. Liberto das amarras, “bon vivant”, acompanhado pelo violonista Abel Canuto, flanava e cantava pela cidade e seus arrabaldes ou “nos bailes das areias”, como disse o historiador Barão de Studart nas suas efemérides. De acordo com o professor doutor Gilmar de Carvalho,   Cotoco fez a crônica da cidade, dialogou com o clamor das ruas, e transformou tudo em matéria-prima de sua poética, onde se destacou o debochado, o irônico e o coloquial”.

O compositor Assis Valente também é homenageado neste ano. No início dos anos 1930, Assis Valente começou a compor sambas. Em 1941, no apogeu de sua carreira de compositor, viveu sérios problemas pessoais, o que acabou abalando sua reputação como compositor. Passou então a viver de seu laboratório de prótese dentária e esporadicamente de sua música. Frequentemente mostrava aos íntimos uma composição nova, de rara beleza. Compunha quase uma música por dia. Não conseguia, entretanto, gravá-las. No máximo, quando as dívidas apertavam, vendia um samba que depois, assinado por outros, fazia sucesso. Morreu em 1958.

O Festival Música na Ibiapaba homenageia também o músico Evaldo Gouveia, natural de Iguatu (CE). Com seis anos de idade Evaldo cantava no sistema de alto falantes instalado na cidade de natal. Ainda criança aprendeu a tocar violão. Aos 11 anos mudou-se para Fortaleza. Na capital cearense trabalhou como feirante e continuou a estudar violão. Gouveia iniciou a carreira artística em 1949 tocando em um conjunto que fazia apresentações em bares de Fortaleza. Por essa época foi premiado com o primeiro lugar por sete vezes em programas de calouros da Ceará Rádio Clube. Em 1950, formou, com Mário Alves e Epaminondas de Souza, o Trio Nagô, com o qual fez apresentações em São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro, onde o trio fez sucesso no programa César de Alencar na Rádio Nacional. Em 1958, Evaldo conheceu o letrista Jair Amorim e os dois começaram uma parceria que durou longo tempo, e da qual resultaram muitos sucessos, como “Alguém me Disse”, gravada por Anísio Silva, em 1960; “Garota Moderna”, gravada em 1965, por Wilson Simonal; “O Conde”, gravada em 1969, por Jair Rodrigues;  “Bloco da Solidão”, gravada em 1971 e várias outras. O nome de Evaldo Gouveia é ainda muito citado e prestigiado no meio artístico.

Mário Lago é outro homenageado. Lago foi um advogado, poeta, radialista, letrista e ator. Autor de sambas populares como “Ai, que saudades da Amélia” e “Atire a primeira pedra”, ambos em parceria com Ataulfo Alves, fez-se popular entre as décadas de 40 e 50.

João Gilberto e Roberto Carlos também são homenageados do Festival Música na Ibiapaba 2011. João Gilberto nasceu no interior da Bahia e ganhou o primeiro violão aos 14 anos de idade. Na década de 1940, adorava escutar de Duke Ellington e Tommy Dorsey até Dorival Caymmi e Dalva de Oliveira. Aos 18 anos decide se mudar para Salvador com intenção de ser cantor de rádio e crooner. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro, em 1950, e teve algum sucesso cantando no grupo Garotos da Lua. Entretanto, foi posto para fora da banda por indisciplina, passando alguns anos numa existência marginal, ainda que obcecado com a ideia de criar uma nova forma de expressar-se com o violão. Seu esforço finalmente foi recompensado e, após conhecer Tom Jobim - pianista acostumado à música clássica e também compositor, influenciado pela música norte-americana da época (principalmente o jazz) - e um grupo de estudantes universitários de classe média, também músicos, lançaram o movimento que ficou conhecido por Bossa Nova.

Já Roberto Carlos foi um dos primeiros ídolos jovens da cultura brasileira, liderando o primeiro grande movimento de rock feito no Brasil. Conhecido como ‘Rei’, Roberto Carlos foi um marco na Jovem Guarda e mantém até hoje fãs fieis e empolgadas com o seu trabalho, de uns tempos pra cá mais romântico. A homenagem no Festival é pelos seus 70 anos.

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