José Patrício/Estadão

A orquestra durante gravação na Sala São Paulo
Duas determinações do então governador Lucas Nogueira Garcez foram publicadas na mesma página no Diário Oficial no dia 13 de setembro de 1954: o 1.º Grupo Escolar de Fernandópolis passaria a se chamar Joaquim Antonio Pereira; e estava autorizada a criação da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo. Sessenta anos depois, o grupo escolar tornou-se escola estadual e continua a homenagear o fundador da cidade a 500 quilômetros da capital, elegendo o meio ambiente como bandeira de conscientização de seus alunos. E a orquestra? Bom, com o tempo ganhou a alcunha de Osesp – e tornou-se o principal conjunto sinfônico brasileiro.
Tornar-se referência na vida musical paulista e, quiçá, brasileira já era objetivo registrado, ainda que de modo discreto, na lei que criava o grupo. Mas, ao longo desses 60 anos, foram tamanhas as crises que acreditar no futuro da orquestra não era mais do que o desejo esperançoso de um porvir melhor. O que pensaria sobre o futuro um leitor do Jornal da Tarde que se deparasse, em 1974, com a manchete "A Sinfônica está morrendo"? Ou alguém que, em meados dos anos 90, veria um enfraquecido maestro Eleazar de Carvalho lutando para manter viva uma orquestra que nem mesmo uma sede própria tinha?