A música eletrônica cresceu demais?
Claudia Assef - O Estado de S.Paulo A música eletrônica virou o que tenho chamado de um gigante desengonçado. Se por um lado cresceu, virou pop, ganhou espaço e público para lotar estádios de futebol cantando hits como I Gotta Feeling, na outra ponta, perdeu uma de suas principais características, que sempre foi inovar. Pronto, falei. É só ligar o rádio pra ouvir referências que 10, 15 anos atrás eram novidade na pista de dança entalhadas em músicas de consumo rápido: Lady Gaga, Britney Spears, Rihanna, os rappers Akon, Chris Brown, Taio Cruz, Usher, o ex-underground e hoje superpop Black Eyed Peas; todo mundo usando timbres que já fizeram a cabeça de clubbers no final dos anos 90. Nunca as "mais mais" das paradas de sucesso foram tão dançantes. Bom para a música eletrônica? Em termos. Em São Paulo, vemos clubes tradicionalmente do "underground" tendo que abrir as pernas para tocar música de rádio. DJs de renome e com anos de estrada estão cada vez menos nos l...