LEOPOLDO em entrevista (recordando)

No palco, regendo mais um show com os artistas de Tupâ: o menino que sonhou ser centroavante marcou gols de placa na música

No palco, regendo mais um show com os artistas de Tupâ: o menino que sonhou ser centroavante marcou gols de placa na música

O dia 1º de setembro de 2012, um sábado, foi histórico para o Círculo Militar de Campinas. Esta foi a data da última apresentação na cidade do maestro Leopoldo de Arruda Castro e a sua famosa orquestra de Tupã. A ocasião do Baile da Pátria, de gala, acabou se transformando na despedida dos clubes campineiros de um dos maiores nomes da época de ouro das orquestras que levaram milhares, talvez milhões, aos salões de dança, entre os anos 50 e 70. O maestro Leopoldo faleceu ontem, na Santa Casa de Misericórdia de Tupã, a cidade que amou e onde viveu por tantas décadas.

Acabei fazendo uma das últimas entrevistas com o maestro Leopoldo, para um projeto que será divulgado em 2013. E a primeira impressão, aquela que fica, foi de uma pessoa amante da música e, acima de tudo, de uma enorme gentileza. Ele e seus companheiros de estrada, alguns há mais de 30 anos atuando naquela que é uma das últimas remanescentes da Belle Epoque das orquestras de baile ainda em atividade, claro, até o momento.

Nascido em Terra Roxa, a 1º de março de 1934, encontrou terreno fértil para a música na própria família. O primeiro professor foi o pai e todos os irmãos acabaram trilhando o caminho mágico, principalmente a partir de Tupã, para onde a família se transferiu em 1948. E em Tupã as divindades da música possibilitaram o parto de três orquestras ligadas aos irmãos Castro. Primeiro a de Nelson, depois a de Jasson e a, partir de 1968, a do próprio Leopoldo.

Muitos bailes de final de ano, formatura, debutantes, aniversários de cidades, namoros e casamentos incontáveis nascendo ao som dos clássicos das Big Bands americanas e brasileiros. E olha que Leopoldo, originalmente, queria ser… jogador de futebol!

Ele me contou com orgulho da “surra” que o seu time, o Tupã, deu no meu, o Palmeiras, em 1953: 2 a 1. Ele era centroavante, de certa habilidade, jurou. Mas não deu. O pai vetou a carreira, pois na época boleiro não ganhava quase nada. Que bom, o mundo da música ganhou mais um capítulo encantador, do qual tivemos uma amostra perfeita, naquela noite de 1º de setembro.

O mesmo ritual, a mesma paixão de todos pela boa música e por ver os casais rodando o salão. No domingo, logo depois do fim do belo show, os músicos de volta a Tupã, no ônibus colega de tantas jornadas. Nós ficamos bem tristes, mas o céu ficou mais animado nas vésperas do Natal de 2012

Blog do José Pedro Martins

http://blogdozepedromartins.wordpress.com/2012/12/22/faleceu-o-craque-do-trompete-e-o-maestro-da-danca-que-se-despediu-em-setembro-de-campinas/

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