Palcos alternativos para orquestras
AE - Agência Estado
Aos 77 anos, mais de 50 de carreira, o maestro Isaac
Karabtchevsky inicia esta temporada ansioso. Para a próxima segunda-feira,
quando chegar ao Rio, depois de reger sua Sinfônica de Heliópolis e a Osesp, já
tem planos: "Vou do aeroporto direto para o Vivo Rio", diz o diretor artístico e
regente titular da Petrobrás Sinfônica (Opes).
Mais importante casa da música popular carioca
atualmente - lá cantam Chico Buarque, Maria Bethânia, Paulinho da Viola -, o
Vivo Rio, que só recebeu orquestras em shows corporativos e já foi criticada no
passado pela acústica, foi a melhor opção para o início do ano da Opes.
Era isso ou o adiamento da temporada: a orquestra,
assim como a Sinfônica Brasileira, ficou sem palco com o fechamento do Municipal
(até maio, por conta do desabamento de três prédios vizinhos de um mês atrás) e
da Sala Cecília Meireles (até o fim do ano, para ampla reforma).
Em construção, há dez anos, para ser a sede da OSB, e
o mais moderno e grandioso espaço da música erudita da cidade, ao custo de R$
600 milhões, a Cidade das Artes, por sua vez, segue sem perspectivas - a
prefeitura já avisou que sua finalização não é prioritária, apesar de ela estar
quase toda pronta.
Enquanto isso, um plano emergencial para "atenuar a
discrepância acústica" do Vivo Rio em relação ao Municipal, para onde a
apresentação estava marcada, de modo a "permitir que o público possa ouvir o
concerto decentemente", segundo o maestro, está engatilhado.
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