Formado por dez músicos, Bixiga 70 faz seu primeiro show em Salvador

O show será no Teatro Solar Boa Vista, Engenho Velho de Brotas, à meia-noite

Jazz, funk, afrobeat e toques  de umbanda. Essa é apenas parte da receita do som da Bixiga 70, banda de música instrumental formada em São Paulo, em 2010, que lança seu segundo álbum.

Assim como o primeiro, este trabalho leva apenas o nome da banda, batizada em homenagem ao bairro paulistano onde fica o estúdio em que o grupo ensaia e grava.

Hoje, os baianos terão a chance de conhecer ao vivo o vigor da big band de dez músicos. O show será no Teatro  Solar Boa Vista,  Engenho Velho de Brotas, à meia-noite. 

Embora esta seja a primeira vez que os paulistas vêm a Salvador, a relação da Bixiga 70 com a Bahia é bem extensa, a começar pela música que abre o novo disco, Deixa a Gira Girá, uma adaptação do arranjo da faixa de mesmo nome gravada pelo grupo afro-baiano Tincoãs, de Cachoeira.

intercâmbio A gravação original, de 1973, chegou ao Bixiga 70 por meio de um dos integrantes, em uma das rodadas de trocas de discos entre os músicos. “Não sei dizer exatamente quem levou, mas sei que o disco ficou circulando entre nós porque a gente costuma fazer esse intercâmbio. Os discos rodam tanto que, às vezes, quem menos ouve é o próprio dono”, diverte-se o trompetista Daniel Gralha, paulista de 34 anos.

Banda lança hoje seu segundo e homônimo álbum, no Cine-Teatro Solar Boa Vista

Daniel lembra também de outros laços que estreitam a relação da banda com a Bahia: “Meu primeiro LP, aos 7 anos, foi Coisa Acesa, de Moraes Moreira, um dos meus discos favoritos até hoje. E meu filho, de 12 anos, também adora!”.

Mas a influência sobre o som da banda vai muito além da música brasileira, como lembra Daniel: “O leque de experiências dos músicos da banda é muito amplo. Eu, por exemplo, já toquei com Karina Buhr e hoje toco com artistas bem diferentes dela, como Dexter, que é rapper. Outros integrantes tocam em bandas de dub e acabam trazendo uma influência jamaicana”.

Em comparação ao primeiro álbum, marcadamente influenciado pelo afrobeat, o som da banda mostra mais influências da música brasileira. Criada em 2010, a Bixiga 70 gravou o primeiro disco poucos meses depois de ser formada. Então, os integrantes ainda não haviam tido tempo para se deixar contaminar por suas influências.

Pará
“Os dois discos são próximos, mas este segundo é mais amplo e não nega nada do primeiro. Ao contrário, ele complementa e traz muita coisa daquele álbum, com alguns elementos novos”. Uma boa prova disso é Kalimba, a terceira faixa do disco, que tem interferências da música paraense, por sua vez influenciada por ritmos caribenhos.

Embora tenha experiência como vocalista no Projeto Nave, que ele integrou até o início deste ano, Daniel não tem pretensões de cantar na Bixiga 70: “A banda, quando começou, viveu esse dilema de usar voz ou não, mas acabamos optando pelo instrumental, porque preferimos concentrar nossa energias nos instrumentos”.

E, a julgar pelo tempo que a banda se preparou para as gravações e para os shows, energia é o que não falta: foram mais de 500 horas de ensaios, que resultaram na gravação ao vivo em estúdio. Ou seja, os instrumentos não foram gravados separadamente para, depois, serem mixados. “Isso foi ótimo, porque a gente amadureceu muito o repertório do show, quase todo baseado no segundo disco”, diz Daniel. 

CORREIO

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