Orquestra do Projeto Guri faz sua estreia no Masp
AE - Agência Estado
Aline fala baixinho, desvia o olhar, esboça um
sorriso tímido. Tudo começou aos 5 anos, ela conta, por incentivo da mãe. Pegou
gosto pela flauta doce, que substituiu, com o tempo, pela flauta transversal.
Tocar em uma orquestra? Incrível. A união, as músicas, é demais. "E música é
minha vida."
Aos 17 anos, Aline Ramos da Silva é apenas uma dos 60
músicos que nesta quarta-feira sobem juntos pela primeira vez no palco diante de
uma plateia. No Auditório do Masp, para uma plateia de convidados, farão a
estreia da Sinfônica do Projeto Guri, que espalha 46 polos de formação musical
pela Grande São Paulo (em todo o Estado, são 366, responsáveis pelo trabalho com
51 mil alunos).
O Guri, iniciativa do governo do Estado, trabalha com
estudantes a partir de 6 anos de idade, mas na orquestra eles têm entre 11 e 18.
Alef Rodrigues, com 18, é um dos mais velhos. Conta que "descobriu" a música aos
17. Toca percussão. "E trabalhar na orquestra é legal porque você aprende mais
do que só o seu instrumento", diz. "Quando você está sozinho, só ouve o seu som,
mas na orquestra tem que saber equilibrar com os demais, para que todos sejam
ouvidos. É fazer música mesmo. E a gente acaba, acho até que por isso, virando
uma família mesmo."
A orquestra vai interpretar obras de Sibelius
("Finlândia"), Bizet ("Suíte Arlesiana n.º 2") e Beethoven ("Sinfonia n.º 1").
"É um programa interessante. Tanto Sibelius como Bizet permitem uma exploração
da sonoridade da orquestra, mas cada uma a seu modo. E Beethoven propõe um outro
desafio. Aqui, importa, além das dificuldades pontuais, a noção de arquitetura
de uma obra de maiores proporções, que é fundamental para um músico de
orquestra, ou seja, saber manter a interpretação ao longo de toda uma
determinada peça."
Durante o ensaio, Stelluto vez ou outra pega o
violino de um dos músicos, mostra a melhor maneira de realizar determinada
passagem. Faz com que eles ouçam um ao outro. Bem-humorado, não poupa elogios.
Assim como, em alguns instantes, chama a atenção. "Se eu peço uma, duas, três
vezes e vocês não me atendem, eu tenho todo o direito de ficar irritado", diz a
certa altura aos violoncelos. As informações são do jornal O Estado de S.
Paulo.
http://www.estadao.com.br/noticias/
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