600 anos de trombone
TROMBONE E SEUS 600 ANOS DE IDADE.
O som melodioso, o porte imponente e a história acumulada em mais de
600 anos de atividades em função da boa música, fazem do trombone um
dos instrumentos mais completos em termos de musicalidade, repertório
e impacto sonoro. Presente nas orquestras, nas bandas de jazz e até no
frevo e blocos de carnaval é a prova de que boa música não escolhe
lugar, hora nem oportunidade para acontecer. Simplesmente nos encanta.
O Trombone
O Trombone é um instrumento musical de sopro pertencente à família dos
metais. Consiste num longo tubo de três segmentos e que tem numa das
extremidades o bocal e na outra uma campana. Basicamente existem três
tipos de trombone: o de pistão , em que o som é regulado por válvulas
(pistos), o de vara, no qual um mecanismo deslizante controla a
emissão sonora e o trombone híbrido, que combinas duas formas
anteriores em um instrumento vulgarmente chamado de “Superbone”.
O trombone é, provavelmente, o instrumento de sopro mais facilmente
reconhecido e identificado, sendo o único instrumento que
verdadeiramente incorpora, na sua modalidade de “vara”, uma secção
deslizante. Antes que alguém pergunte, quem toca trombone é
trombonista.
Explicação sobre os Tipos de Trombones
Nas orquestras sinfônicas, o naipe dos trombones é constituído por
dois trombones tenores e um trombone baixo. Inclusive, Beethoven dizia
que o Trombone Tenor é o instrumento mais importante de uma orquestra.
Trombone Baixo: está afinado em Sib/Fá/Solb e Re . Tem o tubo mais
comprido e largo que os modelos tradicionais, tornando-se por isso
muito difícil de manejar a vara deslizante. Existe outro tipo de
trombone baixo que é o que tem para além do registro de Fá, tem ainda
o registro de Mi e ( Mi bemol em poucos casos). Este é o modelo
escolhido por uma grande maioria dos trombonistas baixos
profissionais. Este sistema de registros é posto em prática por duas
válvulas manuseadas pelo dedo polegar e anelar da mão esquerda. Com
estas mudanças de registros é necessário ajustar as posições na vara
do instrumento.
Trombone tenor c/rotor: utilizado como substituto do trombone baixo em
algumas orquestras. É um instrumento duplo que tem o tubo com o mesmo
comprimento que no modelo tenor, cujo perfil é igual ao do trombone
baixo. Possui um tubo suplementar que faz a transformação do trombone
tenor em baixo, fazendo a sua afinação descer de Si bemol (Bb) para
Fá. Existe uma válvula rotativa que funciona com o polegar esquerdo e
faz a ligação a esse tubo.
Trombone Alto: apesar de ser o largamente utilizado durante o séc.
XIX, sobretudo por compositores alemães e italianos, o Trombone alto
hoje em dia quase não é utilizado. É um trombone em Mi bemol (Eb), de
tubo mais estreito que o trombone tenor simples .No registro agudo o
som é puro e aveludado.
Trombone contrabaixo: é em Si bemol (Bb), uma oitava do tenor. Devido
ao enorme tamanho do tubo, em 1816 Gottfried Weber inventou uma dupla
vara, com o tubo dobrado em quatro seções.
Trombone de Pisto: O Trombone de pistões é um instrumento que, hoje em
dia está em praticamente desuso profissionalmente, devido as suas
limitações. É um instrumento que produz uma menor quantidade de som do
que os seus irmãos dotados de vara. É um instrumento que atualmente só
é usado nas bandas filarmônicas e em algumas bandas de Jazz.
Do Início
O Trombone como todos os instrumentos de sopro, nasceu em troncos ocos
e chifres de animais, para produzir sons com fins religiosos,
festivos, guerreiros ou simplesmente estéticos. O aparecimento do
Trombone de varas se dá no séc. XV entre 1410 e 1430 e tudo indica que
seus primeiros construtores eram flamencos que fabricavam instrumentos
de sopro para a corte de Borgonha. Os primeiros Trombones tinham
pequenas campanas em forma de funil, forma que se manteve até ao sec.
XVIII, altura em que se alargaram mais, sendo o mecanismo de hoje da
vara deslizante o mesmo desde o sec. XV.
Apesar das diferentes formas, construídas e reconstruídas ao longo dos
séculos, o nome Trombone em si permaneceu praticamente inalterado na
maior parte da sua existência. A origem da palavra trombone (utilizada
no Português, Francês, Inglês e Italiano) é simples e curiosa: deriva
da palavra italiana tromba (trompete) acrescida do sufixo one, o que,
traduzido, significa grande trompete. Curiosamente, esta designação
nem sempre foi bem aceite, razão pela qual sofreu grandes modificações
em vários outros idiomas.
Um outro termo para designar o trombone utilizado por instrumentistas
é a palavra inglesa “sackbut”. Francis Galpin, que dedicou uma parte
considerável do seu tempo no estudo da etimologia desta palavra,
sugeriu que a mesma deverá ter tido origem na palavra espanhola
“sacabuche” usada no séc. XIV. Por outro lado, Curt Sachs, aponta para
a palavra de origem francesa “saqueboute” (saquier + boter, isto é,
puxar + empurrar), também do séc XIV, como a origem provável daquele
termo.
O termo actualmente existente na Alemanha para designar o trombone é
Posaune, e também tem uma história curiosa: O trombone tem como
ancestral uma espécie de trompete estreito e comprido chamado Buisine
e, à medida que o instrumento foi evoluindo, também o termo foi
sofrendo modificações; o equivalente alemão para buisine era buzine,
na idade média transformou-se em busune e, com o tempo, alterou-se
para buzaun e, finalmente Posaune desde o séc. XVI.
Curiosidades sobre o Trombone
Nas bandas filarmônicas, cabe ao trombone um importantíssimo papel
duplo de, por um lado sustentar harmônica e ritmicamente a condução
melódica e, por outro, se constituir ele próprio como instrumento
solista.
No jazz o Trombone é utilizado em Big Bands e pequenos Ensembles,
sendo um dos poucos instrumentos a apresentar uma dualidade na sua
utilização – Música Erudita / Jazz.
Enfim, devido aos diversos tipos de trombone usados hoje em dia, a sua
utilização é bem ampla, sendo usado nas orquestras sinfônicas, jazz,
passando pelos grupos instrumentais de sopros e/ou metais, Marching
Bands e chegando até a música Pop.
O Trombone é sem dúvida um dos instrumentos com o timbre mais belo dos
seus primos metais.
"Consulte Sempre Um Trombonista"
Edição: Renato Farias, presidente da ABT.
Um dos integrantes do naipe de metais das orquestras, o trombone tem vindo a ganhar uma presença mais visível no repertório contemporâneo e no jazz.
colaboração de ANDERSON C. AMORIM (músico Tombonista da Orq.
Municipal Maestro Julio de Castro)
600 anos de atividades em função da boa música, fazem do trombone um
dos instrumentos mais completos em termos de musicalidade, repertório
e impacto sonoro. Presente nas orquestras, nas bandas de jazz e até no
frevo e blocos de carnaval é a prova de que boa música não escolhe
lugar, hora nem oportunidade para acontecer. Simplesmente nos encanta.
O Trombone
O Trombone é um instrumento musical de sopro pertencente à família dos
metais. Consiste num longo tubo de três segmentos e que tem numa das
extremidades o bocal e na outra uma campana. Basicamente existem três
tipos de trombone: o de pistão , em que o som é regulado por válvulas
(pistos), o de vara, no qual um mecanismo deslizante controla a
emissão sonora e o trombone híbrido, que combinas duas formas
anteriores em um instrumento vulgarmente chamado de “Superbone”.
O trombone é, provavelmente, o instrumento de sopro mais facilmente
reconhecido e identificado, sendo o único instrumento que
verdadeiramente incorpora, na sua modalidade de “vara”, uma secção
deslizante. Antes que alguém pergunte, quem toca trombone é
trombonista.
Explicação sobre os Tipos de Trombones
Nas orquestras sinfônicas, o naipe dos trombones é constituído por
dois trombones tenores e um trombone baixo. Inclusive, Beethoven dizia
que o Trombone Tenor é o instrumento mais importante de uma orquestra.
Trombone Baixo: está afinado em Sib/Fá/Solb e Re . Tem o tubo mais
comprido e largo que os modelos tradicionais, tornando-se por isso
muito difícil de manejar a vara deslizante. Existe outro tipo de
trombone baixo que é o que tem para além do registro de Fá, tem ainda
o registro de Mi e ( Mi bemol em poucos casos). Este é o modelo
escolhido por uma grande maioria dos trombonistas baixos
profissionais. Este sistema de registros é posto em prática por duas
válvulas manuseadas pelo dedo polegar e anelar da mão esquerda. Com
estas mudanças de registros é necessário ajustar as posições na vara
do instrumento.
Trombone tenor c/rotor: utilizado como substituto do trombone baixo em
algumas orquestras. É um instrumento duplo que tem o tubo com o mesmo
comprimento que no modelo tenor, cujo perfil é igual ao do trombone
baixo. Possui um tubo suplementar que faz a transformação do trombone
tenor em baixo, fazendo a sua afinação descer de Si bemol (Bb) para
Fá. Existe uma válvula rotativa que funciona com o polegar esquerdo e
faz a ligação a esse tubo.
Trombone Alto: apesar de ser o largamente utilizado durante o séc.
XIX, sobretudo por compositores alemães e italianos, o Trombone alto
hoje em dia quase não é utilizado. É um trombone em Mi bemol (Eb), de
tubo mais estreito que o trombone tenor simples .No registro agudo o
som é puro e aveludado.
Trombone contrabaixo: é em Si bemol (Bb), uma oitava do tenor. Devido
ao enorme tamanho do tubo, em 1816 Gottfried Weber inventou uma dupla
vara, com o tubo dobrado em quatro seções.
Trombone de Pisto: O Trombone de pistões é um instrumento que, hoje em
dia está em praticamente desuso profissionalmente, devido as suas
limitações. É um instrumento que produz uma menor quantidade de som do
que os seus irmãos dotados de vara. É um instrumento que atualmente só
é usado nas bandas filarmônicas e em algumas bandas de Jazz.
Do Início
O Trombone como todos os instrumentos de sopro, nasceu em troncos ocos
e chifres de animais, para produzir sons com fins religiosos,
festivos, guerreiros ou simplesmente estéticos. O aparecimento do
Trombone de varas se dá no séc. XV entre 1410 e 1430 e tudo indica que
seus primeiros construtores eram flamencos que fabricavam instrumentos
de sopro para a corte de Borgonha. Os primeiros Trombones tinham
pequenas campanas em forma de funil, forma que se manteve até ao sec.
XVIII, altura em que se alargaram mais, sendo o mecanismo de hoje da
vara deslizante o mesmo desde o sec. XV.
Apesar das diferentes formas, construídas e reconstruídas ao longo dos
séculos, o nome Trombone em si permaneceu praticamente inalterado na
maior parte da sua existência. A origem da palavra trombone (utilizada
no Português, Francês, Inglês e Italiano) é simples e curiosa: deriva
da palavra italiana tromba (trompete) acrescida do sufixo one, o que,
traduzido, significa grande trompete. Curiosamente, esta designação
nem sempre foi bem aceite, razão pela qual sofreu grandes modificações
em vários outros idiomas.
Um outro termo para designar o trombone utilizado por instrumentistas
é a palavra inglesa “sackbut”. Francis Galpin, que dedicou uma parte
considerável do seu tempo no estudo da etimologia desta palavra,
sugeriu que a mesma deverá ter tido origem na palavra espanhola
“sacabuche” usada no séc. XIV. Por outro lado, Curt Sachs, aponta para
a palavra de origem francesa “saqueboute” (saquier + boter, isto é,
puxar + empurrar), também do séc XIV, como a origem provável daquele
termo.
O termo actualmente existente na Alemanha para designar o trombone é
Posaune, e também tem uma história curiosa: O trombone tem como
ancestral uma espécie de trompete estreito e comprido chamado Buisine
e, à medida que o instrumento foi evoluindo, também o termo foi
sofrendo modificações; o equivalente alemão para buisine era buzine,
na idade média transformou-se em busune e, com o tempo, alterou-se
para buzaun e, finalmente Posaune desde o séc. XVI.
Curiosidades sobre o Trombone
Nas bandas filarmônicas, cabe ao trombone um importantíssimo papel
duplo de, por um lado sustentar harmônica e ritmicamente a condução
melódica e, por outro, se constituir ele próprio como instrumento
solista.
No jazz o Trombone é utilizado em Big Bands e pequenos Ensembles,
sendo um dos poucos instrumentos a apresentar uma dualidade na sua
utilização – Música Erudita / Jazz.
Enfim, devido aos diversos tipos de trombone usados hoje em dia, a sua
utilização é bem ampla, sendo usado nas orquestras sinfônicas, jazz,
passando pelos grupos instrumentais de sopros e/ou metais, Marching
Bands e chegando até a música Pop.
O Trombone é sem dúvida um dos instrumentos com o timbre mais belo dos
seus primos metais.
"Consulte Sempre Um Trombonista"
Edição: Renato Farias, presidente da ABT.
Um dos integrantes do naipe de metais das orquestras, o trombone tem vindo a ganhar uma presença mais visível no repertório contemporâneo e no jazz.
colaboração de ANDERSON C. AMORIM (músico Tombonista da Orq.
Municipal Maestro Julio de Castro)
Comentários
Postar um comentário