História para ouvir e guardar

- O Estado de S.Paulo
A partir do próximo domingo chega às bancas a coleção Grande Discoteca Brasileira Estadão. Ao todo serão 25 volumes, cada um com um CD acompanhado de um livreto com média de 60 páginas, incluindo fotos inéditas e informações técnicas sobre discos de grandes intérpretes e compositores da música brasileira.
Divulgação
Divulgação
Expresso 1968. Gil e Caetano no centro da Tropicália


Um volume será lançado a cada domingo até o início de abril. Artistas que escreveram a história do cancioneiro nacional terão seus álbuns antológicos (veja a relação completa e comentada abaixo) chegando novamente às mãos do público.
Os assinantes do jornal terão um preço especial, ganhando os cinco primeiros discos gratuitamente. Para este grupo, o preço da coleção completa será de R$ 298 ou cinco parcelas de R$ 59,60. Para não-assinantes, custará R$ 372, 50, também pagos em cinco vezes. O público também poderá comprar cada edição separada nas bancas por R$ 14,90. Os discos poderão ser adquiridos pelo site www.discotecaestadao.com.br ou pelo telefone 0800-7702166, de segunda a sexta, das 8 h às 20 h, e aos sábados e domingos, das 8 h às 14 h.
"A coleção é muito importante porque oferece ao público um produto exclusivo, muito bem pensado, cuidadosamente selecionado e preparado. É um projeto que levará cultura, informação e entretenimento às pessoas por meio de um acervo valioso de discos aclamados pela crítica em sua época e que permaneceram ao longo do tempo", diz Daniel D"Andrea, diretor de produtos de consumo do Grupo Estado.
Para formar esta coleção exclusiva, o Estado contou com a curadoria do produtor musical Ricardo Moreira, com grande experiência no mercado fonográfico, tendo trabalhado como consultor de catálogos de grandes gravadoras.
Como toda lista raramente atinge uma unanimidade, Moreira teve a difícil tarefa de escolher 25 discos que contassem parte da importante história da música popular do País. "Eu procurei me ater a algum certo consenso, com discos extremamente relevantes para a música brasileira e que não poderiam ficar de fora de uma coleção como essa. Foi muito difícil escolher apenas 25 álbuns em um país com uma riqueza musical continental, foi uma tarefa para se dar para algum inimigo", brinca o curador.
De início, Moreira pensou em organizar a coleção por ordem cronológica, mas depois desistiu de se preocupar em contar uma história linear. A prioridade, mesmo com alguns dos álbuns da coleção estando ainda em catálogo, foi prestar um serviço panorâmico e ilustrativo de momentos marcantes do cancioneiro nacional. "A ideia foi fincar as balizas da música brasileira e explicar até para o leitor que não presta muita atenção em música o que é a MPB. Para fazer isso, escolhemos discos extremamente marcantes, que quebraram paradigmas de seus períodos, como o Tropicália, que é o primeiro da série", diz.
Para cumprir o objetivo, o curador selecionou discos de diferentes momentos da história da música brasileira e diversos gêneros, passando pelo samba, o tropicalismo, o baião, o pop rock, entre tantos outros.
Cada fascículo contém uma biografia do artista antes e durante o período do disco em questão, contexto histórico, cultural e social do Brasil em determinadas épocas, discografia relacionada ao universo dos respectivos álbuns, capa e contracapa originais. "Com a coleção, conseguimos mostrar bases da música popular brasileira para o leitor e ouvinte. Pensamos em mapear os momentos mais importantes da produção nacional em diferentes períodos, mesmo com discos que estejam em catálogo, em vez de lançar discos que hoje são raros, mas que não foram tão relevantes como os escolhidos para a cultura do País. Os álbuns escolhidos têm motivos de sobra, por sua importância em diferentes épocas e até hoje para a música do Brasil. São um verdadeiro patrimônio", diz o curador.

Correndo para as bancas
1º CD. TROPICÁLIA OU PANIS ET CIRCENSES
PRÓXIMO DOMINGO
2º CD. MEUS CAROS AMIGOS
DOMINGO, 24 OUT
3º CD. IDEOLOGIA
DOMINGO, 31 OUT
4º CD. CLUBE DA ESQUINA
DOMINGO, 07 NOV
5º CD. CINEMA TRANSCENDENTAL
DOMINGO, 14 NOV
6º CD. ACABOU CHORARE
DOMINGO, 21 NOV
7º CD. SECOS & MOLHADOS
DOMINGO, 28 NOV
8º CD. CABEÇA DINOSSAURO
DOMINGO, 05 DEZ
9º CD. A TÁBUA DE ESMERALDA
DOMINGO, 12 DEZ
10º CD. FRUTO PROIBIDO
DOMINGO, 19 DEZ
11º CD. EXPRESSO 2222
DOMINGO, 26 DEZ
12º CD. TUDO AZUL
DOMINGO, 02 JAN
13º CD. A DIVINA COMÉDIA OU ANDO MEIO DESLIGADO
DOMINGO, 09 JAN
14º CD. FALSO BRILHANTE
DOMINGO, 16 JAN
15º CD. PÉROLA NEGRA
DOMINGO, 23 JAN
16º CD. A VOZ E O VIOLÃO DE DJAVAN
DOMINGO, 30 JAN
17º CD. AS AVENTURAS DA BLITZ
DOMINGO, 06 FEV
18º CD. GONZAGUINHA DA VIDA
DOMINGO, 13 FEV
19º CD. SELVAGEM?
DOMINGO, 20 FEV
20º CD. A DANÇA DA SOLIDÃO
DOMINGO, 27 FEV
21º CD. SOMOS TODOS IGUAIS NESTA NOITE
DOMINGO, 06 MAR
22º CD. CAÇA À RAPOSA
DOMINGO, 13 MAR
23º CD. CAVALO DE PAU
DOMINGO, 20 MAR
24º CD. CANTAR
DOMINGO, 27 MAR
25º CD. ZÉ RAMALHO
DOMINGO, 03 ABR


DISCOTECA DE RARIDADES

1ºCD: TROPICÁLIA OU PANIS ET CIRCENSES
Ano: 1968 Gravadora: Polygram/Philips
O primeiro disco da "Grande Discoteca Brasileira Estadão" reúne Caetano Veloso, Gilberto Gil, Os Mutantes, Tom Zé, Gal Costa e Nara Leão, com clássicos como Panis et Circenses, Bat Macumba e Baby.
2ºCD: MEUS CAROS AMIGOS
Ano: 1976
Gravadora: Phonogram/Philips
Disco antológico, tem verdadeiros hinos contra o regime militar, como O Que Será (À Flor da Pele) e Meu Caro Amigo.
3ºCD: IDEOLOGIA
Ano: 1988
Gravadora: Polygram/Philips
Marco de uma geração e do rock dos anos 1980, com produção de Ezequiel Neves, tem Ideologia, Brasil e Faz Parte do Meu Show.
4ºCD: CLUBE DA ESQUINA
Ano: 1972
Gravadora: EMI-Odeon
Com harmonias e formas criativas, tem alguns arranjos históricos de Eumir Deodato e Wagner Tiso para Clube da Esquina nº 2 e Um Girassol da Cor do Seu Cabelo.
5ºCD: CINEMA TRANSCENDENTAL
Ano: 1968
Gravadora: Polygram/Philips
Com o grupo A Outra Banda da Terra, Caetano estoura com sucessos como Lua de São Jorge, Menino do Rio, Cajuína e Beleza Pura.
6ºCD: ACABOU CHORARE
Ano: 1972
Gravadora: Som Livre
A trupe de Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Baby do Brasil fez um clássico instantâneo, com Preta Pretinha, Tinindo Trincando e A Menina Dança.
7ºCD: SECOS & MOLHADOS
Ano: 1973
Gravadora: Continental/ WEA
O performático grupo liderado por Ney Matogrosso chocou os bons costumes da época com petardos como Sangue Latino, O Vira e Fala.
8ºCD: CABEÇA DINOSSAURO
Ano: 1986
Gravadora: WEA
Com produção de Liminha, o maior álbum da carreira dos Titãs, com formação original, tem Polícia, Bichos Escrotos, Família e Homem Primata.
9ºCD: A TÁBUA DE ESMERALDA
Ano: 1974
Gravadora: Polygram/Philips
O disco retrata Jorge Ben em uma fase de magia com Os Alquimis-tas Estão Chegando, Zumbi e Errarr Humanum Est.
10ºCD: FRUTO PROIBIDO
Ano: 1975
Gravadora: Phonogram/Philips
Depois de deixar Os Mutantes, Rita Lee grava com Tutti Frutti um álbum antológico, com Ovelha Negra, Agora Só Falta Você e Luz Del Fuego.
11ºCD: EXPRESSO 2222
Ano: 1972
Gravadora: Polygram/Philips
Primeiro disco de Gilberto Gil após o exílio em Londres, tem Expresso 2222, Chiclete Com Banana e Cada Macaco No Seu Galho.
12ºCD: TUDO AZUL
Ano: 1984
Gravadora: WEA
Também produzido por Liminha, o hit maker Lulu Santos estourou com O Último Romântico, Certas Coisas, Tudo Azul, estas em parceria com Nelson Motta.
13ºCD: A DIVINA COMÉDIA
Ano: 1968
Gravadora: Polydor/Polygram
O álbum também foi batizado pela faixa de maior sucesso, Ando Meio Desligado, que tinha ficado apenas em 10º lugar no festival.
14ºCD: FALSO BRILHANTE
Ano: 1976
Gravadora: CBD-Phonogram/Philips
Baseado no show Falso Brilhante, realizado no Teatro Bandeirantes, tem Elis Regina em plena forma, em Como Nossos Pais, Fascinação e Tatuagem.
15ºCD: PÉROLA NEGRA
Ano: 1973
Gravadora: Polygram
Com arranjos de Perinho Albuquerque, trabalho revela o talento de intérprete e compositor de Luiz Melodia com Pérola Negra e Estácio, Holly Estácio.
16ºCD: A VOZ, O VIOLÃO
Ano: 1976
Gravadora: Som Livre
Segundo lugar no Festival Abertura, o sucesso Fato Consumado integra este álbum de Djavan, com Flor de Liz, Maria das Mercedes, Embola Bola e Para-Raio.
17ºCD: AS AVENTURAS DA BLITZ
Ano: 1982
Gravadora: EMI-Odeon
Com um pop rock debochado, o grupo carioca conquistou fama nacional com sucessos como Você Não Soube me Amar e Mais Uma de Amor (Geme Geme).
18ºCD: GONZAGUINHA DA VIDA
Ano: 1979
Gravadora: EMI-Odeon
O disco de Gonzaguinha tem um grande sucesso nacional, que é lembrado até hoje, Explode Coração, com arranjo do pianista Gilson Peranzzetta.
19ºCD: SELVAGEM?
Ano: 1986
Gravadora: EMI-Odeon
Mais um álbum com o toque de Liminha, Os Paralamas do Sucesso saíram de Brasília para ganhar o Brasil inteiro com Alagados, A Novidade e Melô do Marinheiro.
20ºCD: A DANÇA DA SOLIDÃO
Ano: 1972
Gravadora: EMI
Com sambas populares e refinados, Paulinho da Viola canta temas antológicos como Guardei Minha Viola, Meu Mundo É Hoje e No Pagode do Vavá.
21ºCD: SOMOS TODOS IGUAIS NESTA NOITE
Ano: 1977
Gravadora: EMI-Odeon
O disco marca a volta de Ivan Lins, que aquele ano havia sido gravado por Elis Regina. Destaque para Mãos de Afeto e Dinorah, Dinorah.
22ºCD: CAÇA À RAPOSA
Ano: 1975
Gravadora: RCA
Produzido por Rildo Hora, tem o violão percussivo de João Bosco em Mestre Sala dos Mares, Caça à Raposa, Kid Cavaquinho e o bolero Dois Pra Lá, Dois Pra Cá.
23ºCD: CAVALO DE PAU
Ano: 1982
Gravadora: Polydor/Polygram/Philips
Marca o deslanchar da carreira do pernambucano Alceu Valença, com Tropicana e Pelas Ruas Que Andei, com o baiano Vicente Barreto.
24ºCD: CANTAR
Ano: 1974
Gravadora: Phonogram/Philips
Com a produção de Caetano Veloso, Gal Costa gravou temas de diversos autores, como A Rã e a clássica interpretação de Lágrimas Negras.
25ºCD: ZÉ RAMALHO
Ano: 1978
Gravadora: Epic/CBS
Disco de estreia de Zé Ramalho revelou para o País o seu timbre e as suas composições características, com sucessos como Chão de Giz e Bicho de 7 Cabeças, entre outros.


Tópicos: , Cultura, Versão impressa

comentários para este post 2



2 Alessandro Ticoulat
10 de outubro de 2010 | 18h 53Denunciar este comentário

Aliás, todo rótulo é meio idiota mas MPB é o mais besta de todos. Tem coisas tão díspares nesse saco...

1 sergio zuardi
10 de outubro de 2010 | 14h 43Denunciar este comentário

com o devido respeito ao profissional de musica e curador dessa colecao do estadao, as referencias minimas estao ausentes desse "muito bem pensado trabalho"
a ausencia de compositores como NOEL ROSA,HERIVELTO MARTINS, JOAO GILBERTO, VINICIUS DE MORAES, TOM JOBIM,alem de cantores do quilate de TIM MAIA, MARIA BETANIA, DALVA DE OLIVEIRA, MAYSA...
como se tudo isso nao bastasse, ignorou a presenca do maior representante da m.p.b. de todos os tempos, merecedor de uma exposicao sobre os 50 anos de sua diversificada e bem sucedida carreira de cantor e compositor: ROBERTO CARLOS.
ora, o grupo estadao precisa escolher melhor seus "curadores" e uma sugestao obvia, mas olvidada: o incontestavel NELSON



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

As 10 melhores músicas dos Ramones

TOQUE DE SILENCIO - VOCÊ SABE A HISTÓRIA ATRAZ DESSE HINO?

Diferenças entre conservatório e faculdade de música